Por
Leonardo Gonçalves e Shagaly Ferreira
Foto: Arquivo Pessoal
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Nesta quinta, acontecerá o
sétimo prêmio Francisco Montezuma de Comunicação, reunindo alunos de jornalismo
e de publicidade e propaganda da UFRB. Além de ser uma noite de reconhecimento
dos talentos da comunicação, será também um momento de grande emoção: esta
edição homenageará a saudosa professora Rachel Neuberger, falecida há um ano, e
sua memória será eternizada através de um prêmio especial que leva seu nome.
Rachel atuou no Centro de
Artes, Humanidades e Letras (CAHL) e lecionou disciplinas como Radiojornalismo,
Jornalismo Online e Produção de Texto, desde 2009. Ali, também atuou como gestora de extensão e desenvolveu projetos
de pesquisa nas áreas de rádio e webjornalismo. Era mestra em
Comunicação e Cultura pela Universidade de Marília, especialista em Comunicação
Visual em Mídias Interativas pela Universidade Norte do Paraná e graduada em
Comunicação Social pela Universidade Estadual de Londrina, e fazia doutorado na
UFBA e em Minho (Portugal).
Seu falecimento precoce, aos
39 anos, deixou consternados seus alunos e colegas de profissão, e interrompeu
uma carreira promissora no campo da comunicação. No início de sua profissão, trabalhou em uma
ONG no Peru. Já no Brasil, atuou também em agências publicitárias, em rádio e em
revistas. As lembranças da sua atuação povoam as histórias de quem teve a
oportunidade de conviver com ela.
“Rachel era um ser
divino!”
Dalila Brito, concluinte do
curso de jornalismo, foi aluna de Rachel em Radiojornalismo e descreve sua
experiência como única. Para ela, ter recebido suas orientações fez a diferença
em sua vida profissional e pessoal. “Para além de suprir as necessidades
acadêmicas do curso, ela ensinou o que nenhuma outra pessoa ensinou, a gente
tinha muito essa ideia de que o rádio foi feito pra quem tinha uma voz boa, e o
que ela ensinou, principalmente, foi ter amor, se você tiver amor ao rádio é
isso que interessa”.
A estudante revela que a
relação de Rachel com os alunos ia além da sala de aula. A professora buscava
ao máximo conhecer a realidade de cada aluno e manter uma relação afetiva
durante o desenvolvimento dos trabalhos fora da universidade. “Ela ia além da
professora que estava ali para ensinar o roteiro que a disciplina pede, por
isso, simplesmente, conviver com ela era um ensinamento a cada dia, porque
Rachel ensinava a gente a ser companheiro, a amar o próximo e a ser afeto todos
os dias. Rachel era indescritível, era um ser divino!”, ressalta, emocionada,
Dalila.
Foto: Arquivo Pessoal
Um
legado de amor
O professor do curso de Publicidade e Propaganda Juliano Mascarenhas, conheceu Rachel em
2010, quando chegou à UFRB para ser professor substituto da disciplina de Editoração
de Processos Gráficos. Ele lembra que, na época, ainda não era experiente e se
espelhou muito em Rachel devido à sua paciência, a forma carinhosa como ela
tratava os alunos e construía a sua disciplina.
Juliano conta que Rachel já chegou
se destacando pela sua eficiência e sua vontade de produzir um algo a mais para
a universidade. Sua relação com os colegas de trabalho era marcada pela
gentileza e pela generosidade. “Todos os colegas gostavam e respeitavam Rachel
porque ela sempre nos tratou de forma carinhosa. Ela tinha esse tempero de ser
uma pessoa doce e verdadeira ao mesmo tempo” afirma.
Para o professor, um dos
grandes legados que Rachel deixou foi o seu profissionalismo. Ela colaborou
para a consolidação da estrutura física do CAHL e para a concepção dos
laboratórios e estúdios de áudio da universidade. “Se temos estúdios bem
estruturados, Rachel tem uma grande contribuição nisso. Ela deixou um legado de
amor e de carinho, e deixa esse legado de realizações enquanto uma profissional
que teve o seu reconhecimento acadêmico e pessoal não só pela UFRB, mas também
fora da universidade” conclui Juliano.
Foto: Arquivo Pessoal
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“Todos a amavam!”
O primeiro contato que a
estudante de publicidade e propaganda Iana Joaquina, teve com Rachel foi em
novembro de 2013, na aula inaugural do curso. “Estávamos todos nervosos e aí a
gente viu Rachel. Desde o primeiro momento, ela se mostrou uma mulher doce e prestativa.
Ela sentou com a turma, naquele dia, junto com a professora Juciara, e já
começou a dar dicas de Lattes, de como era a vida na graduação”. Ela conta que,
junto com outros professores, Rachel foi muito importante para a consolidação
do curso de PP.
Iana relata que, mesmo doente a professora continuou exercendo suas atividades e, mesmo à distância, não
deixava de acompanhar os trabalhos acadêmicos das turmas, deixando, inclusive,
atividades agendadas. “Foi muito rápido, a gente não teve oportunidades de
agradecer a Rachel, mas eu me lembro que, em todo tratamento dela, nos
falávamos pelas redes sociais para saber sobre sua saúde e em todo momento ela estava
muito esperançosa e nunca desanimou, demonstrando o apreço que ela tinha pelos
alunos e pelo o que gostava de fazer”.
Foi de Iana a ideia de criar o
prêmio especial Rachel Severo Neuberger, uma vez que, a professora sempre
participou do evento e ajudou na sua realização, torcendo sempre para o sucesso
dos seus alunos. “Rachel era esperança! Uma pessoa que desde o começo sempre
chegava animada nas aulas, até mesmo depois de descobrir a doença. Todos a
amavam!”, ressalta a estudante, que, assim como todo o CAHL, guarda as
lembranças mais bonitas daquela que foi uma das pessoas mais marcantes da UFRB.
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